Sobre compromisso

outubro 11, 2011 at 9:45 am (aleatorias)

De onde vem essa carência excessiva de relacionamentos? Algumas pessoas parecem incapazes de aproveitar a própria companhia seja por medo, insegurança (que pra mim é uma forma de medo também) ou sei lá que razão metafisica possa ser.

E o pior é que esse tipo de pessoa draga outras pessoas para esse circulo. Não basta ter sentimento, é preciso um rótulo, um atestado, um nome, algum tipo de peso semi-palpável para que se sintam bem.

Não basta dizer que a companhia é agradável, que alguém lhe faz bem, que você gosta. É preciso ser namorado, esposa, ter proprietário com firma reconhecida em cartório. E eu simplesmente não consigo compreender.

Por que tudo precisa ser tão sério assim, tão formal, tão pesado. Talvez a culpa seja do mercado de trabalho que se tornou assim tão informal, fez surgir uma necessidade de normas e regras mais rígidas em algum campo da vida. Algo que diga aos outros que você não pode escapar ou se escapar é por que gosta de fazer algo errado.

Talvez seja isso, seja o “prazer culposo”, o gosto, a adrenalina de se comporta mal, de ser o bad boy ou a bad girl ao quebrar algo que você mesmo implantou.

Desculpa vocês que gostam, aproveitam e necessitam disso. Mas eu não consigo. É aquela frase batida e já bem clichê, eu não sou um pote de azeitona para receber rótulo. E se eu não sou uma azeitona, não quero que meus relacionamentos sejam combinados de legumes para serem igualmente rotulados.

Não é que eu não queira me relacionar com ninguém. Não é que eu não queira estar com você, eu só não quero ESTAR COM VOCÊ. Se eu estivesse interessada em cargos e carreiras eu iria fazer concurso público.

Eu gosto de você, do seu jeito de sorrir, do tom diferente que na minha cabeça só a sua voz tem. Gosto do modo como você faz eu me sentir menos assustada, gosto de como aguenta as minhas crises de carência repentinas sem me chamar em voz alta de louca desvairada. Porém eu também gosto da minha independência, de ficar sozinha numa tarde de domingo lendo um livro bobo e ouvindo o tipo música que você não gosta.

Lógico que quando eu estiver com dor eu vou querer teu colo e também quero ser a primeira opção que você procura quando se sentir do mesmo jeito. No entanto eu ainda quero a minha liberdade, ser única e individual e que você (independente de quem quer que venha ocupar o lugar desse pronome até o prezado momento indefinido) se porte da mesma forma.

Eu quero o prazer da existência de dois e não da fusão desestimulante do surgimento de um. Em minha opinião aliança se coloca no dedo dos amigos numa piada sobre relacionamentos eternos. Nessa coisa toda de “estar com alguém” eu gosto do super-clichê de aproveitar a eternidade do momento. Se precisar de um grande gesto romântico, sei lá faz um post-it, eu ainda considero uma citação pop bem maneira.

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